Um britânico de 23 anos foi preso por roubar detalhes de contas do jogo on-line Runescape, popular nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha.
O game, que tem mais de 100 milhões de usuários registrados em todo o mundo, se passa em um mundo de fantasia virtual, no qual os jogadores assumem a forma de personagens, se envolvem em aventuras e podem faturar e gastar dinheiro virtual.
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A companhia que criou o jogo, a Jagex, afirmou que a prisão poderá ser a primeira de uma série relacionada a uma investigação sobre fraudes on-line.
“Nós identificamos um grupo de líderes [das fraudes] e vamos atrás deles”, disse Mark Gerhard, diretor-executivo da Jagex.
A Jagex informou que está trabalhando com a polícia da Grã-Bretanha e com o FBI para encontrar e prender os fraudadores de seu jogo.
De acordo com Gerhard, mais prisões devem ocorrer nos dois países, pois a Jagex já sabe que quem são os responsáveis pelo crime no Runescape e onde estão estas pessoas.
A unidade de crimes virtuais da polícia britânica informou que a prisão ocorreu no dia 24 de novembro.
Phishing
As fraudes no Runescape usariam táticas de phishing para obter os detalhes dos jogadores e já teriam prejudicado, segundo Gerhard, “alguns milhares” de usuários do jogo.
Phishing é o termo utilizado para caracterizar a prática de se passar por uma pessoa ou empresa confiável ou usar sites falsos para tentar fazer as pessoas revelarem informações confidenciais, como seus dados bancários.
Quando os fraudadores conseguem estes detalhes, eles roubam as contas, os prêmios conquistados pelos jogadores e os vendem. Estes prêmios podem ser trocados por outros prêmios dentro do próprio Runescape ou vendidos em troca de dinheiro real.
Estima-se que dois milhões em peças de ouro do Runescape estejam sendo trocadas por cerca de US$ 10 (aproximadamente R$ 17) no mundo real.
“Qualquer companhia de jogos online poderá afirmar que, se o jogo envolve valores, logo aparece algum pequeno elemento externo que vai tentar explorar este valor”, disse Gerhard.
Alisdair Faulkner, especialista em segurança na informática da companhia britânica ThreatMetrix, afirmou que muitos hackers e criminosos do setor de alta tecnologia estão se voltando para o roubo de produtos virtuais.
Faulkner afirma que é mais fácil vender os produtos virtuais, e este tipo de roubo está atingindo principalmente a Ásia, onde as vendas de prêmios conquistados em games on-line já está estabelecida.
Para Mark Gerhard, o roubo destes produtos virtuais deve ser tratado da mesma forma que o roubo comum.
“Os jogadores investem tempo e esforço para desenvolver seus personagens do Runescape, então o roubo de uma conta da Runescape não deve receber um tratamento diferente do roubo de qualquer bem valioso como o próprio console do game, ou uma televisão ou um carro”, afirmou.
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