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A distribuição digital de conteúdos, esta se tornando, uma das mais poderosas ferramentas nas mãos dos programadores que a nova geração trouxe. A existência dos serviços criados para distribuir estes conteúdos é potencialmente uma das mais vantajosas para os consumidores, mas existem as inutilidades.
O caso como do Prince of Persia Epílogo é um dos bons exemplos do que estes serviços podem nos dar, pois não só oferecem um prolongamento da experiência, que é puramente adicional e não essencial, como também foi alvo de melhorias e ajustes resultantes das opiniões que os fãs transmitiram à equipe que desenvolveu o jogo original.
Todos os que tiveram a oportunidade de viajar até ao mundo encantado que a Ubisoft preparou para nós sabe que esta foi uma experiência como raras vezes vimos. Dotada de magia e beleza ímpar, a capacidade para transportar o jogador para um outro mundo foi incrível e todos os que tiveram a oportunidade de conhecer a dupla composta pelo Príncipe e por Elika, sabem que o final do jogo acabou de forma completamente aberta. É precisamente o princípio depois do fim que vamos descobrir neste Epílogo que nos conta o que acontece com a dupla após:
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Ahriman sair livre do templo que destruiu, libertando assim a corrupção por todo o mundo. Isto não invalida de forma alguma o final que vemos no jogo original e se não são completamente obcecados por esta obra esse final serve na perfeição mas desta forma temos mais algum tempo com a dupla antes da sequência.
Apesar do pacto realizado, Ahriman não pretende deixar Elika e o Príncipe escapar e agora que esta livre, o seu poder é maior do que visto no jogo original, o que significa maiores desafios para a dupla que tenta escapar daquelas terras desoladas. Um dos principais pontos que mais vai agradar aos que tanto criticaram o jogo, pela sua “falta” de dificuldade. Este Epílogo apresenta um desafio superior tanto nos combates como nas seções de aventura pois temos obstáculos mais difíceis se bem que muito bem implementados e uma maior “exigência” para os Quick Time Events. Tudo para que esta breve experiência seja superior e mais ao agrado dos que pretendem maiores desafios.
Para fazer frente a esta ameaça, cujo poder cresce a cada minuto que passa, o Príncipe ganhou um novo movimento e Elika pode agora utilizar um novo poder chamado Energize que purifica áreas corrompidas para poder permitir a passagem. Como seria de esperar, este Epílogo assenta as bases da sua jogabilidade e progressão especialmente nestas duas novidades aliando-as à jogabilidade e esquemas já conhecidos do jogo original. Com um nível de dificuldade superior, nesta nova masmorra vamos ter que ser melhores nas acrobacias e os momentos onde temos que usar o novo poder conseguem oferecer tanta emoção quanto o jogo original. Com a implementação deste novo poder, a Ubisoft conseguiu conferir levesa e diversão a estas seções pois estão construídas de uma forma inteligente e agradável. Ao mesmo tempo evita a sensação de que estamos jogando algo que podia estar incluído no disco pois consegue criar a sensação de que estamos realmente perante algo novo.
Este poder que Elika pode usar faz com que certas partes do cenário voltem a surgir e onde não havia nada volta a surgir por momentos parede com tons azuis para permitir que o Príncipe chegue a locais de outra forma impossíveis de alcançar. O uso das acrobacias neste Epílogo funciona muito bem ao lado da resolução de puzzles que continua na mesma linha do original. No entanto, o timing requer agora mais precisão e a exigência para ultrapassar algumas seções subiu e temos que ter cuidado dobrado pois a corrupção está por todo o lado e em maior quantidade.
Como dito, o Príncipe tem um novo movimento que pode usar nos combates e a sua utilidade é várias vezes evidenciada. Este novo movimento, ou manobra de combate se preferirem, consiste numa “corida” do Príncipe em direção ao inimigo sendo então necessário pressionar o botão correto para quebrar a defesa do inimigo e deixá-lo a nossa mercê para iniciar um novo combo. No entanto, fruto das opiniões dos fãs, também a dificuldade dos combates foi aumentada e o timing para pressionar o botão indicado nos QTE foi reduzido o que pode eventualmente aumentar as possibilidade de serem derrotados. Mesmo usando os chefes do jogo original, como o The Hunter, The Warrior e o The Mourning King, as suas novas táticas aliada a dificuldade prometem oferecer um desafio maior e mais satisfatório para muitos.
Os combates onde somos forçados a usar o cenário para vencer são muito mais frequentes e todo o jogo de ataque sistemático e contra-ataque foi ligeiramente orientado, se bem que presente, para um esquema que força ao uso de táticas diferentes e obviamente ao novo movimento do Príncipe. Ao longo de todo o Epílogo temos várias lutas com chefes e ocasionalmente temos os soldados de Ahriman que podemos derrotar antes de aparecerem se formos rápidos (vale troféu).
Fugir deste palácio subterrâneo e da fúria de Ahriman pode ser feito em menos de duas horas, mesmo numa primeira vez e sem pressa. No entanto o fator replay é gratificante e existe a procura por novas conquistas ou troféus que são semelhantes aos do jogo original mas aplicados a este nível. Os mais perfeccionistas vão querer apanhar todos os “frescos de Ormazd” e eventualmente tentar completar o nível poupando ao máximo Elika mas mesmo que o valor do “repeteco” fosse baixo, este Epílogo já é bastante agradável e divertido de jogar.
Apesar disto, este Epílogo para Prince of Persia deve ser encarado como aquilo que realmente é, conteúdo adicional com o intuito de fornecer diversão extra e não algo verdadeiramente essencial. Temos novos poderes, jogabilidade melhorada e um desafio maior que combinados formam uma experiência realmente nova. Fãs mais devotos desta aventura vão certamente sentir uma urgência em conhecer os eventos depois do final do jogo mas não vão encontrar nada de significativamente relevante ou obrigatório para o entendimento da história, ou não. 😉
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